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Restrição Seletiva – Linguagem Hipnótica

Restrição Seletiva

Você sabe o que é Restrição Seletiva?

Um padrão de Linguagem Hipnótica pouco ensinado e pouco utilizado na maioria dos cursos é a Restrição Seletiva.

Esse termo vem da gramática transformacional, e é utilizado quando alguém comunica uma certa categoria de comportamento a uma categoria de pessoas/coisas/objetos que não poderiam na realidade executar aquele tipo de comportamento.

Os predicados descrevem um Relacionamento ou um Processo, na experiência humana, alguns processos ou relacionamentos estão restritos a poderem acontecer apenas com uma determinada classe de pessoas ou coisas.

Ficou complicado? Vamos entender melhor.

Existem algumas coisas que os seres humanos fazem, como “colocar o lixo para fora” e “se sentir feliz”. Apesar de serem comportamentos totalmente diferentes, eles poderiam ser incluídos numa mesma “classe”.

Coisas que os humanos fazem:
Colocar o lixo para fora

Se sentir feliz

Bilhões de outras coisas…

Também poderíamos fazer uma inversão aqui:

Grupo de quem pode se sentir feliz

Humanos.

Quando dizemos que João (humano) se sentiu feliz, um ouvinte vai ouvir essa frase e compreender normalmente, sem julgar que houve um erro linguístico.

Agora quando dizemos uma frase como “Minha caixa de correio está feliz hoje”, qualquer pessoa pode ouvir isso e acreditar que há algo errado com quem pronunciou uma frase dessas, pois “Caixas de correios” não pertencem ao grupo de “Quem pode se sentir feliz”.

O nome disso é Restrição Seletiva.

Outro exemplo interessante poderia ser “Meu pai está grávido”.

Nesta frase, o predicado “está grávido” descreve um processo pelo qual o sujeito “meu pai” está passando, Porém esse processo não pode ser executado pela classe de pessoas à qual meu pai pertence.

Quem pode ficar grávida?
Pessoas ou animais do sexo feminino.

Pessoas que podem ser pai?
Pessoas ou animais do sexo masculino.

O fato de ter falado na frase que meu pai ficou grávido gera uma Restrição Seletiva, pois ao iniciar a frase indicando que o sujeito é meu pai, automaticamente eu omito a ele a possibilidade de executar o processo de ficar grávido.

O nome restrição seletiva se dá pelo fato de não haver uma intersecção entre os grupos “Quem pode ficar grávida” e “quem pode ser pai”. Ou seja, para dizer que alguém está grávido, deveríamos colocar como sujeito da frase alguém que se enquadra no grupo de pessoas que poderiam ficar grávidas.

Obviamente essa frase será interpretada de acordo com o Mapa de Mundo de quem estiver ouvindo.

Para você, as frases abaixo são restrições seletivas ou não?

Meu gato está triste.

Meu peixe está triste.

Meu lagarto está triste.

Minha minhoca está triste.

Meu joelho está triste.

Minhas flores estão tristes.

Minhas sementes estão tristes.

Minha torradeira está triste.

Outros exemplos

Quando dizemos “aquela pessoa é impossível” também estamos utilizando uma Restrição Seletiva, pois não é possível incluir o grupo “pessoas” no grupo de “coisas que são impossíveis”, simplesmente não faria sentido para um ouvinte.

Falar com as paredes.

Um passarinho me contou.

O dia está triste.

O relaxamento vem naturalmente.

O que esse tipo de linguagem gera é uma pequena confusão interna que faz com que o ouvinte busque internamente um significado para aquela frase.

Provavelmente ele vai se perguntar, internamente: “Como pode uma torradeira estar triste, especificamente? Como essa pessoa sabe que a torradeira está triste? Quais parâmetros a pessoa usa para saber disso? Torradeiras ficam tristes? De que forma de ficar triste, especificamente?”.

Isso faz com que ele se afaste do seu próprio senso crítico e ative uma parte da mente que começa a ficar mais aberta a receber sugestões e comandos hipnóticos.

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