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Os 6 erros fatais para quem quer persuadir

A base da Persuasão é o Rapport. Rapport é uma atmosfera de confiança e empatia que temos com outras pessoas, são aqueles momentos em que a comunicação flui mais naturalmente, é um tema muito estudado na PNL e na Hipnose, mas poucos materiais, cursos e livros falam sobre as maiores dificuldades encontradas ao se tentar estabelecer Rapport, então estou listando abaixo os Seis erros mais comuns e suas soluções:

1 – Tentar ser legal demais com as pessoas:

Não estou dizendo que você não deve tentar ser legal com as pessoas, ser legal é bom. Mas apenas no ponto em que não interfira na sua capacidade de comunicar pensamentos, ideias e sentimentos com alguém. O problema de tentar ser legal demais é que algumas vezes o preço disso é que a comunicação não ocorre de forma natural. O que na verdade diminui o Rapport ao invés de aumentar. Passando a ser uma barreira. Um exemplo disso é o de um professor que tenta ser legal demais com os alunos, deixando eles fazerem tudo o que querem, da forma que querem, e começam a perder o respeito. Isso o impede de apresentar ideias de uma forma que os alunos o ouçam e prestem atenção. Regra número 1: Seja legal apenas até o ponto em que isso não esteja interferindo na comunicação de pensamentos, ideias e sentimentos com a outra pessoa.

2 – Tentar demais (fazer muito esforço)

O que ocorre ao se fazer muito esforço para tentar estabelecer Rapport com alguém, é que você subcomunica – mandando sinais não verbais – de que está desesperado pela companhia dessa pessoa. O problema de estar muito ansioso é que poucas pessoas apreciam estar rodeadas de pessoas assim à sua volta, pois de alguma forma elas se sentem pressionadas. O que novamente interfere na exposição de ideias, pensamentos e sentimentos (Erro 1). A Lei do Efeito Reverso diz “Quanto mais esforço você coloca para tentar fazer uma coisa, mais provável é que você falhe”. O motivo disso no Rapport, é que o Rapport é um processo inconsciente, e você está interferindo conscientemente nele. Então, quando você está estabelecendo Rapport com alguém, o ideal é se permitir entrar no ritmo da interação, mantendo um senso de “essas são algumas coisas que eu posso fazer para melhorar o relacionamento” e então sair do caminho e permitir que seu inconsciente cuide do processo.

3 – Querer muito algo da pessoa

Sabe quando você vai numa loja e um vendedor quer muito te vender alguma coisa? E ele fica querendo te “empurrar” aquilo de qualquer forma? Esse erro é parecido com isso. Quando alguém quer muito te convencer a alguma coisa, como fazer você gostar de algo, ou dela mesma, ela começa a te pressionar de uma forma que acaba te mantendo ainda mais distante dela. A solução para isso é o Fracionamento do Rapport. Um processo onde você estabelece um pouco de Rapport, e se afasta. Depois você aumenta um pouco o Rapport, e se afasta novamente. E um pouco mais, e se afasta. Essa é uma técnica muito utilizada na Hipnose para aprofundar os estados de transe, e parte do pressuposto de que quando você já esteve numa determinada situação, é mais fácil você voltar para ela, e ir um pouco mais longe do que havia ido na vez anterior.  

Soluções para os três primeiros erros mais cometidos ao se estabelecer Rapport.

Primeiro perceba que em alguns momentos você precisa para de ser tão legal para salvar a relação. Utilizar técnicas de Rapport Instantâneo. (ensinarei sobre isso futuramente). Utilizar o Fracionamento do Rapport.

4 – Não se interessar plenamente pela pessoa

A ideia aqui é que quando você está realmente interessado e focado no que a pessoa está dizendo. Seu corpo todo demonstra isso, e sua linguagem corporal muda completamente. Você subcomunica sinais de interesse muito sutis. Suas pupilas dilatam, seu foco muda, sua respiração e seus movimentos ficam diferentes. Essas são algumas coisas que a pessoa percebe num nível inconsciente muito sutil, e isso a influencia. Se você não estiver interessado no que a pessoa está falando, você irá subcomunicar que está entediado ou desinteressado na conversa. O que também será captado num nível inconsciente da pessoa. E ela também não irá mais querer continuar nessa interação com você. Existem duas soluções para esse caso: A primeira é o que Carl Rogers chama de “ter um interesse genuíno e incondicional pela outra pessoa”. Dessa forma, não importa o que a pessoa esteja dizendo ou fazendo naquele momento. Você transmite uma mensagem para a sua própria mente. Que diz que aquela pessoal é 100% importante e interessante. E o que ela está dizendo merece respeito e atenção. A outra forma é fazer o “backtracking” da comunicação. Backtracking é “devolver” o que a pessoa acabou de falar, isso te ajudará confirmar se entendeu, e mostrar para a pessoa que você está prestando atenção.

5 – Não saber ser flexível com relação ao status (níveis de poder).

Durante uma comunicação, em alguns momentos ou contextos você está com uma pessoa que tem mais status que você, ou menos status que você, ou o mesmo status que você. E é importante saber que isso não é algo fixo, você pode ter mais status que alguém num contexto e menos status que essa mesma pessoa num outro contexto. Esses sinais de status não significam que a pessoa seja mais ou menos importante que você. Você não precisa querer sempre ter maior status que alguém. Um aluno não precisa (e nem é o ideal) que tenha mais status que o professor, no contexto da sala de aula. O problema é que algumas pessoas são inflexíveis com relação a isso, o que interfere negativamente no relacionamento. Algumas pessoas têm tanto medo de serem tratadas como inferiores que acabam querendo ter status maior em todos os contextos. Se você tentar ter status mais alto em todas as situações, as pessoas poderão parar de confiar em você, ou parar de gostar de você. Então, para ser flexível numa comunicação, algumas vezes você vai ter que bancar o “líder carismático que indica o caminho”, às vezes vai ter que bancar o neutro ou igual, e às vezes vai ter que bancar o lobo mais fraco da alcatéia. Uma forma de ajudar as outras pessoas a ajustarem o nível de status ideal em cada comunicação, é deixar ela “começar” no status que ela julga que seja correto, e lentamente ir adaptando o nível de status até o adequado para aquela situação. Mas lembre-se! O princípio do “acompanhar e conduzir” indica que você se mova apenas na velocidade em que a pessoa vai conseguir acompanhar o que você está fazendo, e seguir seus passos.

6 – Ter rapport apenas em alguns contextos ou ambientes.

Para explicar isso, vamos dividir o Rapport em “Rapport Abrangente” e “Rapport Contextualizado”. Já aconteceu de você encontrar alguém num determinado contexto, e ficar várias horas conversando com a pessoa naquele contexto, e você achou que aquela pessoa tinha tudo a ver com você e que vocês seriam grandes amigos, até que você encontrou aquela mesma pessoa num outro contexto, e percebeu que vocês eram quase desconhecidos? Como você se sentiu? O que ocorreu é que você falou tanto com a pessoa sobre o mesmo assunto, e o rapoprt ficou contextualizado naquele assunto. E quando você a encontrou em outro local, para falar de outros assuntos, alguma coisa parecia errada ou fora do lugar. A solução para isso é criar um “Rapport Abrangente”. Dessa forma você dá para a pessoa diferentes experiências sobre você, em vários ambientes. Existem duas formas principais para fazer isso: Encontre a pessoa em vários lugares. E em cada lugar você cria quadros e memórias da interação entre vocês. Isso cria um rol de locais diferentes em que vocês podem interagir e que isso é natural. Outra forma de fazer isso é contar várias histórias de você, em vários lugares diferentes. Quanto mais histórias de locais, temas, tipos, ideias você contar, mais a pessoa terá uma noção ampla da sua personalidade. Isso aumenta o Rapport nesses contextos. Mesmo que não tenham estado lá fisicamente, afinal, a nossa mente cria a realidade. Outra coisa que ocorre quando você conta histórias sobre vários tópicos e vários locais, é que a pessoa se sentirá aberta para fazer o mesmo, e isso irá fortalecer ainda mais o relacionamento. Referência: Programa de Treinamento em Hipnose Conversacional do Igor Ledochowski.
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